
Uma das principais notícias desta semana que passou foi o recomeço do conflito na Síria, com a queda da importante cidade de Alepo nas mãos de rebeldes. Este é um assunto extraordinariamente complicado, não só pelos efeitos imediatos que tem para a geopolítica local, e também para as populações minoritárias na região, que incluem 25 mil cristãos, mas também para o Levante e o Médio Oriente em geral, e até para outras partes do mundo, incluindo a Ucrânia e África. Gravei um vídeo onde tento explicar, da forma mais simples possível, o que se está a passar e o que pode vir a acontecer no futuro, começando com quem são de facto estes “rebeldes” e o que querem, e passando pelo efeito que tudo isto pode ter para os cristãos na Síria, Líbano e Iraque.
Na semana passada falei da votação sobre a eutanásia no Parlamento britânico. Infelizmente, a morte venceu. O artigo do The Catholic Thing desta semana fala precisamente disso, e do que os cristãos podem agora fazer perante esta capitulação.
Na quinta-feira passada, depois de eu ter enviado o email semanal, soube-se da condenação canónica do padre em Viseu que enviou mensagens a um rapaz de 14 anos a solicitar actos sexuais. A diocese condenou o padre a três anos de suspensão, durante os quais não pode exercer publicamente o ministério. Tudo isto foi acrescentado aos artigos que tenho no site para acompanhamento destes casos, a cronologia, o que se sabe dos nomes nas listas produzidas pela Comissão Independente, e o que se sabe sobre os casos de abusos na Igreja em Portugal em geral. Pensei muito sobre se deveria escrever ou gravar um vídeo a analisar mais de perto esta condenação e a sentença, mas confesso que ainda ando a maturar as coisas e há informações que me faltam, portanto acabei por não o fazer. Mas que não estou em paz com ela, não estou, e fico-me por aqui, pelo menos por enquanto.
Ainda no tema dos abusos, há um caso, digamos, peculiar, que se passou no Vaticano e que continua sem explicação. Um dos colaboradores mais próximos do Papa Francisco tentou, de forma ilegal, reverter a condenação por abusos sexuais de um padre na Argentina. O direito acabou por prevalecer, mas nunca se percebeu porque é que o arcebispo Peña e Parra agiu como agiu, nem com que autoridade. Escrevi sobre isso para o Expresso.
E esta semana publiquei também uma entrevista com uma personagem curiosa. O Imam Marwan Gill é da comunidade Ahamdyyia, uma minoria muito perseguida dentro do Islão. Esteve em Portugal de passagem, a caminho de Roma, onde hoje mesmo se encontra com o Papa Francisco, pela terceira vez. Como é que este líder muçulmano e o Papa se tornaram amigos? E como é que esta amizade moldou a sua ideia sobre o Cristianismo? Falámos disso, e mais, nesta entrevista publicada no The Pillar.
Já sabem que se vos aparecer uma mensagem nas redes sociais do Patriarca de Lisboa a pedir dinheiro, não caiam na esparrela, é falso! Já se passou com outros bispos, e agora tocou ao D. Rui. Por outro lado, se se estão a sentir generosos e querem contribuir para a manutenção do meu site, e para o trabalho que vou desenvolvendo, podem fazê-lo aqui.
Estamos no Advento, um tempo de graça! Lembremo-nos de quem passa por ele em incerteza e sofrimento, e que o Deus menino abençoe o mundo com a sua paz.
Eu volto para a semana, se Deus quiser.