Neste post colocarei todos os dados sobre as duas listas de alegados abusadores elaboradas pela Comissão Independente. A primeira diz respeito à CEP e a segunda foi entregue à Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP). Aqui serão tratadas as duas listas em conjunto.
Todas as 21 dioceses, e a CIRP, já revelaram informação sobre as listas. Entre parênteses está o número de alegados abusadores na lista de cada uma e no final encontram um gráfico que irei actualizando à medida que surgir mais informação.
Dioceses
- Algarve (2)
- Angra (2)
- Aveiro (3)
- Beja (5)
- Braga (8)
- Bragança-Miranda (2)
- Coimbra (7)
- Évora (2)
- Forças Armadas (0)
- Funchal (4)
- Guarda (2)
- Lamego (3)
- Leiria-Fátima (5)
- Lisboa (24)
- Portalegre Castelo Branco (2)
- Porto (12)
- Santarém (0)
- Setúbal (4)
- Viana do Castelo (2)
- Vila Real (3)
- Viseu (5)
Institutos Religiosos
- Maristas (2)
- Reparadoras de N. S. Fátima (1)
- Missionárias da Consolata (1)
- Capuchinhos (1)
- Franciscanos (3)
- Hospitaleiros de S. J. Deus (1)
- Jesuítas (4)
- Religiosas do Coração de Maria (1)
- Dehonianos (1)
- Salesianos (2)
Total 114
Deste total, tendo por base a informação veiculada pelas dioceses/institutos e, nalguns casos, cruzada com informação que já era pública ou do meu conhecimento:
- 45 já morreram (um é leigo)
- 1 está preventivamente afastado do ministério (1 de Braga. Entretanto foi levantada a suspensão provisória de 4 padres de Lisboa, 1 da Guarda, 1 de Vila Real, 3 do Porto, 1 capuchinho, 2 de Angra, 1 de Évora e 1 de Viseu, sendo que o padre de Vila Real foi inicialmente referido como sendo da diocese de Setúbal, mas a Santa Sé determinou que o processo decorreria em Vila Real. O padre de Viseu foi condenado a suspensão do ministério pelo período de três anos)
- 9 ninguém sabe quem são
- 16 já não desempenham cargos (pode ser por serem idosos/reformados, ou por terem abandonado ou sido expulsos do estado clerical, mas não só. Inclui um padre de Setúbal que, estando sem cargo por ser reformado foi ainda assim condenado a uma sanção)
- 39 religiosos já tratados civil e/ou canonicamente (1 do Algarve que foi arquivado; 1 de Aveiro que foi arquivado; 2 de Braga, incluindo um que foi condenado e cumpre pena de medidas disciplinares; 1 de Bragança que foi condenado e tem medidas disciplinares em vigor; 2 de Coimbra, incluindo um cujo processo foi arquivado civil e canonicamente e outro sobre quem as acusações afinal não constituíam abuso de menores e cujo processo, por isso, nem sequer avançou; 1 da Guarda, que teve o seu caso arquivado; 3 de Lamego que tiveram os seus processos arquivados; 5 de Lisboa, incluindo um que já tinha sido tratado antes de ser divulgada a lista e outros 4 que estiveram preventivamente afastados, tendo os seus processos sido arquivados; 3 de Setúbal, incluindo um cujo processo já tinha decorrido antes da publicação da lista, outro sobre quem as alegações afinal não constituíam matéria para avançar com qualquer processo e um terceiro que teve o seu caso arquivado pela Santa Sé – um quarto foi condenado em forma de sanção, mas está já listado entre os que estão sem cargo; 3 de Vila Real, incluindo dois que resultaram em condenações, tendo um sido suspenso, mas estando já de volta ao activo depois de ter cumprido a pena, e estando em processo de transferência para uma ordem religiosa, outro que foi dispensado do ministério, e ainda um terceiro caso que foi arquivado; 5 de Viseu, sendo que um foi condenado a três anos de suspensão do ministério, mas quanto aos outros quatro não se sabe o resultado do processo, 7 do Porto, dos quais três tinham sido provisoriamente afastados e quatro não, 1 irmã Reparadora de Nossa Senhora de Fátima cujo processo formal não foi sequer aberto, 1 Capuchinho, cujo caso foi arquivado, 2 de Angra, cujos processos foram arquivados e 1 de Évora, cujo processo foi arquivado). Em Fevereiro de 2024 soube-se que o padre Frederico, do Funchal, tinha sido demitido do estado clerical pelo Papa Francisco. O padre Frederico estava na lista do Funchal, mas na altura foi referido como estando sem cargo. Por essa razão na tabela abaixo continua contabilizado nessa coluna, e não na coluna dos que tiveram o seu caso resolvido civil ou canonicamente.
- 4 são leigos (1 Lisboa, 2 Leiria-Fátima, sendo que um destes poderá já ter morrido e o outro ou foi absolvido ou viu o processo arquivado, 1 das Religiosas do Coração de Maria. Beja também reportou um leigo, mas que está contabilizado com os mortos)
