
Estamos a entrar na recta final da campanha eleitoral, e as diferentes confissões religiosas, e leigos comprometidos, têm coisas a dizer sobre esse assunto. Por exemplo, recebi e publiquei no meu site um manifesto de um grupo de leigos cristãos preocupados com o desinteresse popular pela política. Publiquei-o porque me pediram e porque concordo com o texto. Podem lê-lo aqui, e partilhem se concordarem.
Os bispos católicos portugueses também já apelaram à participação nas eleições, bem como a Aliança Evangélica. E a Federação Portuguesa pela Vida diz que as questões estruturantes da dignidade humana não podem ficar esquecidas. Esquecidos parecem estar os pobres, tanto que um dos membros da Equipa Coordenadora da Economia de Francisco lamentou o facto de nos debates a palavra pobreza só ter sido proferida duas vezes.
E aproveito para chamar atenção para a luta de outra associação que, não sendo religiosa, defende o bem da família, nomeadamente das famílias numerosas. A APFN chama a atenção para a falta de equidade e justiça das políticas públicas, incluindo as fiscais, que ignoram ou contam mal o número de dependentes em casa. Por isso a APFN dá-lhe histórias contadas como o Estado conta filhos: mal. Mas dá-lhe também histórias reais e exemplos práticos destas injustiças. Se concordam com esta luta, partilhem o site e os cartazes!
A situação em Moçambique vai de mal a pior. A delegação portuguesa da fundação Ajuda à Igreja que Sofre é o melhor sítio para acompanhar todas as notícias do avanço da insurreição jihadista em Cabo Delgado.
O Grupo Vita encontrou-se com os bispos católicos para apresentar uma proposta para as indemnizações às vítimas de abusos sexuais na Igreja. Este é um tema bastante mais complexo do que possa parecer. Eu não conheço ainda a proposta do Grupo Vita, que os bispos vão analisar em Abril, mas já vi outras propostas de grupos de leigos, e até pareceres contrários, pelo que posso calcular que não será fácil encontrar uma solução consensual. Estarão os bispos à altura deste desafio? Mais sobre isto nas próximas semanas, certamente.
Há nove anos, no último dia da legislatura do Governo de Pedro Passos Coelho, foram introduzidas na lei do aborto algumas alterações. Duraram apenas até ao primeiro dia do próximo Governo, mas no dia em que foram aprovadas escrevi este texto, em que comentei que o aborto se tinha tornado o sacramento da nova religião da revolução sexual. Acho sempre fascinante como os movimentos que começam por rejeitar a religião organizada se vão assemelhando cada vez mais a expressões religiosas, com credos, uma ortodoxia, sacramentos, dogmas, mártires, profetas e uma classe sacerdotal. Esta semana tivemos mais uma prova de como a revolução sexual é encarada e defendida com fervor religioso pelos seus adeptos. Foi no enterro do activista LGBT que dava pelo nome “Cecilia Gentili”, que teve lugar na Catedral de St Patrick, em Nova Iorque. Sem que a hierarquia percebesse o que se estava a passar, o enterro deste professo ateu transformou-se naquilo que foi descrito como uma “peça exuberante de teatro político”. O The Pillar tem um óptimo explicador, que diz exactamente o que aconteceu, o que estava em causa, e qual a reacção da diocese. É assustador de ler, mas indicativo daquilo que é, cada vez mais, a religião oficial do Ocidente.
O artigo desta semana do The Catholic Thing é duro de ler. Costumamos pensar no sofrimento físico e emocional de Cristo, mas Grazie Christie convida-nos a contemplar o seu sofrimento moral, a forma como Ele se sentiu ao ser invadido por algo terrível e estranho, o pecado que assumiu, e que é a antítese da sua natureza. Para ler e contemplar neste tempo de Quaresma.
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