
Hoje a Igreja recorda a instituição da Eucaristia na Última Ceia. A liturgia católica tem neste dia dois gestos muito especiais, nomeadamente o lava-pés, que este ano o Papa assinala numa prisão feminina, mas também um que sempre me causa muita impressão, que é o retirar da reserva eucarística do sacrário, deixando-o vazio. Lembro-me perfeitamente da primeira vez de que me apercebi mesmo do peso e da gravidade deste gesto, e do tremendo vazio e sentimento de abandono que experimentei ao ver o padre afastar-se com Nosso Senhor, sabendo, porém, que Ele regressará, Ressuscitado. A este respeito, recomendo a leitura do artigo desta semana do The Catholic Thing, do Padre Paul Scalia, que propõe a imagem de Maria de Betânia como modelo a seguir nesta Semana Santa, e obriga-nos a pensar se nos estamos a despejar todos por Deus, ou se estamos a poupar nos esforços e a apontar para a “meia santidade”; e também desta minha reflexão, escrita para a fundação AIS, sobre a Via Sacra que é a vida diária de muitos ucranianos. Têm também para ler esta reflexão sobre como a vida de muitos cristãos na Terra Santa é como um longo sábado Santo, algures entre o sofrimento profundo e a promessa, sempre adiada, da vida nova.
Francisco escreveu precisamente uma carta aos martirizados Cristãos da Terra Santa, na qual condena o “absurdo da guerra”, a carta surge depois de Francisco se ter encontrado com dois homens, amigos, um judeu e outro árabe, que perderam ambos filhos na guerra. O Papa também lamentou o terrível atentado em Moscovo, que deixou perto de 200 civis mortos.
Decorreu a semana passada uma interessante conversa entre D. Manuel Clemente e Francisco Louçã, sobre o cristianismo e o marxismo. Segundo o Patriarca emérito, a grande diferença entre os dois é que um mantém-se vivo, o outro nem por isso.
Periodicamente ouvimos falar de raptos de padres na Nigéria. É uma verdadeira praga, que afecta gravemente a vida da Igreja em muitas partes daquele país. Nem sempre, contudo, podemos ouvir ou ler esses relatos na primeira pessoa. Recentemente resumi um testemunho de um padre que passou vários dias nas mãos de criminosos, leiam, para terem noção daquilo que passam alguns dos nossos irmãos.
A Índia está a semanas de eleições nacionais e, como é costume, a tensão social agrava-se nessa fase. Este ano os cristãos têm sentido um aumento de casos de perseguição e pedem que as autoridades – que por vezes são os autores dessa perseguição – defendam as minorias religiosas.
Aqui encontram um interessante texto sobre a pequena – mas vivaça – Igreja Católica na Turquia, e sobre os desafios e oportunidades que enfrenta naquele país de esmagadora maioria muçulmana.
Decorre a partir do dia 3 de Abril o “Happening 2024”, um evento organizado pelos jovens universitários do movimento Comunhão e Libertação. Toda a informação relevante aqui.
Termino com um apelo à oração. A Páscoa é uma altura preferida por muitos grupos terroristas para atacar cristãos, e este ano há a agravante de estarmos também no Ramadão, e os grupos jihadistas tendem a lançar ataques nas sextas-feiras desse período (vide o recente ataque em Moscovo). Por isso rezemos todos para que este ano todos os cristãos possam celebrar a Semana Santa em paz, e especialmente que não seja acrescentada mais dor e sofrimento à Sexta-feira Santa, para que a Páscoa possa ser festa da Ressurreição para todos… menos para o marxismo.