
Salvo alguma urgência, esta será a última edição da Actualidade Religiosa antes de Setembro. Espero que tenham todos umas excelentes férias!
Publiquei ontem o mais recente episódio da série Portadores de Esperança. Desta feita conversei com o Pe Fernando Ribeiro do Serviço Jesuíta aos Refugiados, sobre o que move as pessoas a sair do seu país em busca de uma vida melhor. Numa altura em que aumenta a retórica contra os refugiados e imigrantes, esta é uma conversa de escuta obrigatória.
Por enquanto decorre o encontro dos jovens, em Roma, no âmbito do Jubileu da Esperança. Tenho lá dois filhos que estão maravilhados com o ambiente. Portugal tem um grande contingente de peregrinos e todos ficaram felicíssimos com a surpresa que o Papa lhes fez depois da missa inaugural.
Muitos dos jovens que gostariam de ter ido a Roma não puderam viajar. É o caso dos da Terra Santa, quer palestinianos, quer de língua hebraica, embora por diferentes razões. Felizmente, com o apoio da fundação Ajuda à Igreja que Sofre, puderam participar em campos de férias que lhes dão uma semana de normalidade no meio da incerteza e da guerra.
Da Índia chegam notícias preocupantes, com a detenção, por motivos absurdos, de duas freiras católicas. Parece que este acto de discriminação está finalmente a gerar alguma polémica e protestos por parte dos cidadãos e mesmo da classe política.
Mas também da Índia chega esta notícia interessante, de um bispo que vai boicotar as festas de uma das suas paróquias porque os organizadores insistem em discriminar os católicos dalit, a categoria mais baixa do sistema de castas na Índia, mostrando assim que este sistema de discriminação continua bem vivo naquele país, até dentro da Igreja.
Numa altura em que os abusos cometidos contra a população civil em Gaza se tornam inegáveis, a Igreja continua a levantar a voz em defesa dos mais básicos direitos humanos. D. Manuel Clemente diz que o assunto é uma necessidade prioritária.
Um outro assunto que merece atenção, e que é preocupante, é a tentativa do Governo ucraniano de proibir as actividades da Igreja Ortodoxa Ucraniana ligada ao Patriarcado de Moscovo. Trata-se de um tema muito sensível. O Governo tem razões para se preocupar com o posicionamento de alguns responsáveis desta igreja, incluindo bispos, mas quando vejo tentativas de proibir igrejas inteiras lembro-me sempre dos meus antepassados britânicos que foram acusados de traição porque eram leais a uma igreja com sede em Roma, mesmo quando alguns, como tantos outros, deram a vida pelo seu país. Parece-me que esta medida é um tiro no pé da Ucrânia e só fornece argumentos a quem defende a cruel invasão russa. Podem ler mais sobre este assunto aqui.
Rezem muito por todos os cristãos perseguidos, como os cerca de 40 que morreram no Congo esta semana, chacinados por terroristas durante uma vigília de oração.
Quando dizemos que Cristo é inteiramente homem, não há um mas. Nós é que, por causa do pecado, não somos aquilo que podíamos, e que devíamos, ser. O Concílio de Niceia, cujo 1700º aniversário assinalamos este ano, discutiu a verdadeira natureza de Jesus, mas ao fazê-lo iluminou também a verdadeira natureza do homem. Este é o tema do artigo desta semana do The Catholic Thing, a ler.