
Morreram esta quinta-feira três pessoas na paróquia de Gaza, onde se encontram refugiados todos os católicos daquela região, sitiada há quase dois anos pelo exército israelita.
Não é a primeira vez que isto acontece, mas este ataque parece ser especial, uma vez que ocorre dias depois de o Patriarca Latino de Jerusalém ter visitado, com vários outros líderes cristãos da Terra Santa, a vila cristã de Taybeh, na Cisjordânia, que tem estado a sofrer ataques de colonos judeus radicais que procuram ocupar as suas terras. Os líderes cristãos acusaram então as autoridades de Israel de serem cúmplices desses ataques, por omissão de auxílio ou de qualquer acção contra os criminosos.
Ou seja, o ataque à paróquia de Gaza tem todas as marcas de um acto de vingança contra a comunidade cristã, uma espécie de recordação de que eles – como quaisquer outros palestinianos – apenas continuam a existir naquela região porque são tolerados, mas que essa tolerância pode facilmente esgotar-se. Isto já não é o comportamento e a atitude de uma democracia ocidental. Nem é, no limite, muito diferente da atitude dos extremistas islâmicos que explodem com igrejas ou perseguem os cristãos na vizinha Síria, como voltou a acontecer esta semana. E deve ser denunciado como tal.
Também da Nigéria chegam notícias tristes, com o ataque a um seminário que resultou no assassinato de um guarda e o rapto de três jovens seminaristas.
E é porque existem todas estas situações, em tantos países, que é tão importante continuarem a existir oportunidades para os jovens e as crianças poderem ter uns dias de descanso e diversão. A fundação Ajuda à Igreja que Sofre fornece essas oportunidades a quase cem mil jovens todos os anos, e este ano um grupo de alunas portuguesas deu o seu valioso contributo.
Mudando de tom, esta semana trago-vos uma reportagem que escrevi para o site americano The Pillar, sobre a relação entre as touradas e o catolicismo, nomeadamente em Portugal. É um tema polémico, claro que sim, mas também fascinante e que me permitiu estabelecer contacto com um grupo de forcados amadores da Califórnia, onde as touradas portuguesas são legais ao abrigo do direito à liberdade religiosa! Está em inglês, mas vale bem a pena ler.
Esta semana o artigo do The Catholic Thing olha para as recentes cheias que causaram devastação e morte no Texas e recorda que na tradição bíblica a água representa precisamente a morte. O Pe Raymond de Souza pergunta o que significa para a nossa geração o facto de pensarmos ter “domesticado” as águas.