
O Vaticano aprovou a criação de um seminário interdiocesano para Bragança-Miranda, Guarda, Lamego e Viseu. É uma solução que permite poupar recursos numa altura em que, infelizmente, as vocações escasseiam.
O Núncio Apostólico Ivo Scapolo vai deixar Portugal e pede que continuemos a ser um “povo acolhedor”. Ficamos a aguardar a nomeação do seu sucessor por parte do Papa.
Leão XIV recebeu em Roma os membros do sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana, lamentando novamente a “guerra sem sentido”.
Vamos agora aos temas mais polémicos e/ou bizarros. Começo por André Ventura, que afirmou publicamente que a posição do Chega é: “Nem mais uma mesquita em Portugal”. Neste texto explico porque é que me preocupa que a segunda maior força política em Portugal tenha a mesma perspectiva da liberdade religiosa que o Afeganistão e a Arábia Saudita.
E antes de me acusarem de não me preocupar com o fundamentalismo islâmico, recordo-vos que uma parte significativa do meu trabalho passa precisamente por acompanhar e divulgar as atrocidades cometidas por fundamentalistas islâmicos onde eles de facto existem, em locais como a Nigéria, a Síria, o Paquistão e tantos outros. É um problema real, claro, que Robert Royal aborda neste artigo para o The Catholic Thing.
Outro tema polémico, mas interno da Igreja Católica, é a questão dos tradicionalistas, mais especificamente a liberdade que têm ou não têm para celebrar a missa segundo o rito antigo. Ora, depois de Bento XVI ter liberalizado a missa tridentina no seu pontificado, o Papa Francisco publicou o Traditionis Custodes, que voltava a colocar sérios limites à sua celebração. Francisco fê-lo depois de uma consulta aos bispos de todo o mundo, dizendo que a maioria tinha pedido algum tipo de controlo. Ora, segundo uma jornalista que teve acesso ao relatório dessa consulta, a coisa pode não ser bem assim. Eu escrevi um texto na altura a dizer que infelizmente o Papa tinha razão em limitar o acesso ao rito antigo, porque em muitos locais ele tinha sido transformado em bandeira religiosa e arma de arremesso, provocando divisão e a existência de igrejas paralelas. Mas se é verdade que a maioria dos bispos sugeriu que o melhor era deixar as coisas como estavam, o Papa Francisco fica mal visto nesta questão. Claro que ele era Papa, fazia como bem entendia, e não seria o primeiro ignorar a opinião maioritária antes de publicar um documento importante, mas nesse caso não devia ter dito que agia a pedido dos bispos.
No Reino Unido temos ainda outra polémica interessante. Um deputado católico que ajudou a aprovar a lei da eutanásia no país ficou ofendido e chocado quando o seu pároco anunciou publicamente, em todas as missas do fim-de-semana, que lhe recusaria a comunhão. Está tudo explicado aqui.
E termino com o bizarro, nomeadamente a guerra entre o Governo da Arménia e a Igreja Apostólica da Arménia. A Igreja tem acusado o primeiro-ministro de trair o povo ao tentar normalizar as relações com o Azerbaijão e a Turquia, e o Governo mandou prender alguns bispos, acusando-os de tentarem organizar um golpe de Estado. No meio de tudo isto, o primeiro-ministro rejeita a acusação de ser circuncidado, dispondo-se a prová-lo publicamente, e acusa o Patriarca da Igreja Arménia de ser pai de um filho. Tudo muito feio e, como não podia deixar de ser, a Rússia está metida ao barulho.