
A notícia da semana em Portugal é uma que eu preferia não dar. A condenação de um padre por questões financeiras, a cinco anos de pena efectiva. Tanto o padre como a outra arguida recorreram, portanto para já ninguém vai para a prisão. Não é a primeira vez que eu partilho aqui más notícias sobre padres, portanto qual é a diferença? A diferença é que este padre é um amigo próximo. É meu amigo quer seja culpado ou não. O facto de ser meu amigo não o torna diferente de outros padres ou cidadãos perante a lei, e ainda bem. Mas significa que eu estou demasiado próximo dele para poder escrever ou comentar objectivamente sobre o caso. Contudo, seria pouco honesto da minha parte ignorar completamente a notícia. E por isso aí têm o link para poder ler sobre o assunto, mas faço um pedido. Neste Natal, especialmente, rezem pelos nossos padres, pelos nossos bispos, por todos os que exercem cargos de responsabilidade na Igreja. Rezem pelos bons, mas rezem sobretudo pelos fracos, pelos que estão a passar por fases difíceis sem que ninguém saiba, pelos que sofrem de solidão, de vaidade, de orgulho e de tantas outras maleitas da alma. Obrigado.
Já sabem com certeza que na Austrália uma festa judaica foi atacada por dois terroristas de ascendência paquistanesa, que mataram 16 pessoas. No meio da terrível tristeza houve um herói que confrontou um dos assassinos e o conseguiu desarmar, salvando certamente muitas vidas. Quando foi identificado o herói, notou-se que era um muçulmano originário da Síria. É um contraponto bonito ao terror espalhado pelos dois terroristas muçulmanos. Mas há quem não suporte a ideia de poder haver quem fure a sua narrativa de que os muçulmanos são todos irremediavelmente maus, e por isso ao longo dos últimos dias começou a circular nas redes sociais a informação de que Ahmed Al-Ahmed, filho de Mohamed Al-Ahmed, era afinal um cristão maronita. Como já tive ocasião de dizer nas minhas redes sociais, esta teoria é falsa e para além disso é estúpida. Se a receberem, não partilhem. Se a ouvirem, contestem. A religião deste homem não devia interessar mais do que a sua acção, mas estar a espalhar mentiras sobre o assunto é uma vergonha.
Já deu por si na distraído na missa? É o único… Todos os outros estão superconcentrados, sempre. Ou não. No artigo desta semana do The Catholic Thing, Randall Smith escreve sobre a irritação de se distrair na missa, e propõe uma bonita oração para quem sofre desse problema, ou seja, quase todos os que lá vão.
Estando o Natal à porta, apresento-vos este interessante livro de Graça Alves que pretende ajudar as crianças a “ler” as obras de arte. Tempos houve em que as pessoas não sabiam ler, e por isso a arte nas igrejas tinha uma função catequética. Depois as pessoas aprenderam a ler e desenvolveram iliteracia artística, mas como deixaram também de ler livros, ficaram duplamente a perder. “Um presente para o menino Jesus” parece ser uma boa forma de tentar contrariar a tendência.
E já que estamos numa de potenciais presentes de Natal, volto a partilhar a iniciativa do meu amigo Nicholas Ghobar, da Terra Santa, que está em Portugal para vender peças de artesanato que ajudam a apoiar as comunidades cristãs em Belém. Toda a informação aqui.
Salvo alguma notícia urgente, não vos volto a chatear até 2026, em princípio. Mas desejo a todos um Santo Natal!