Hoje chego-vos um bocado mais tarde do que o habitual, porque de manhã estive a assistir a um acontecimento raro, com dois patriarcas – D. Rui Valério de Lisboa e Bartolomeu I de Constantinopla – a passear pela Baixa de Lisboa.
Durante uma conversa com os jornalistas, o Patriarca de Constantinopla explicou que o Papa Francisco tenciona visitar a Turquia em 2025 para assinalar os 1700 anos do Concílio de Niceia. A confirmar-se, será um acontecimento histórico e importante. A Renascença – através da minha antiga colega Ana Catarina André – deu de imediato a notícia. Eu escrevi artigos para duas publicações de língua inglesa, mas que ainda não foram publicadas, por isso partilho para a semana, se Deus quiser.
Bartolomeu esteve em Portugal pela primeira vez em visita oficial para participar num encontro promovido pelo KAICIID, uma organização de base e financiamento saudita, mas sedeada em Lisboa, e que trabalha na área do diálogo inter-religioso. Durante o encontro tive a oportunidade de conversar com uma personalidade peculiar. Malek Twal é embaixador da Liga Árabe em Espanha, mas tem a particularidade de ser de uma importante família cristã na Jordânia. Conversámos sobre isso, sobre a guerra no Médio Oriente e até sobre a nomeação do actual Patriarca Latino de Jerusalém, o italiano Pierbattista Pizzaballa, que sucedeu ao tio do entrevistado, Fouad Twal. Esta entrevista é especialmente interessante uma vez que normalmente as entrevistas com cristãos do Médio Oriente são com líderes religiosos ou activistas, que enfatizam as dificuldades e perseguições, mas sendo Malek Twal um diplomata, a sua perspectiva e abordagem é bastante diferente. Leiam e digam-me o que vos parece.
Um dos assuntos que o embaixador Malek Twal aborda são os protestos pró-Palestina nas universidades americanas, e não só. A sua visão não podia ser mais diferente da de Randall Smith, no artigo desta semana do The Catholic Thing.
A polémica do momento é a vergonhosa agressão a uma criança nepalesa numa escola em Lisboa, denunciada por uma instituição católica. D. Rui Valério condenou o acontecimento ontem. Já o bispo do Porto também condenou a agressão a imigrantes naquela cidade.
Vale a pena conhecerem aqui o padre Jonathas Fernandes, do Brasil, que chega a passar meses isolado do resto do mundo quando está em missão na Amazónia profunda.
No fim-de-semana passado tive a infelicidade de ver alguns minutos da final do Festival da Eurovisão. Já tinha ouvido dizer que o festival se tornou um reduto da causa LGBT nos últimos anos, mas estava longe de imaginar a extensão do mau gosto a que assisti naqueles 10 minutos de televisão muito imprópria para crianças. Não sei bem o que pretendem os organizadores e fãs do programa, mas não vejo grande futuro para aquele formato… Talvez por isso tenha ficado ainda mais surpreendido ao ler uma entrevista com o concorrente da Croácia, que ficou em segundo lugar atrás do/da concorrente do/da/de Suiça/o. Mas parece que o croata “Baby Lasagna” (não, não acabei de inventar isso, mas tenho pena) sofreu uma profunda conversão religiosa há uns anos, e fala abertamente disso nesta entrevista, que vos aconselho a ler.