Hoje é dia D para a Igreja portuguesa no que diz respeito à tentativa de encontrar um acordo entre todos os bispos para a questão das indemnizações (ou reparação financeira, segundo a mais recente terminologia) para vítimas de abuso sexual na Igreja. Os bispos estão reunidos a discutir o assunto em Fátima e às 15h haverá conferência de imprensa. No texto que eu escrevi sobre este assunto, em finais de Fevereiro, previa que seria muito difícil chegar a um consenso sobre as indemnizações, mas que era urgente os bispos o conseguirem, por uma questão de justiça e também para salvaguardar a imagem da instituição. No início deste encontro da Conferência Episcopal, parece que o consenso era uma coisa ainda longínqua, mas entre ontem e hoje comecei a ouvir falar de um possível “milagre de Fátima”. Resta saber se isto se confirma, e resta ainda saber quais os moldes de uma eventual proposta. Cá estarei para analisar o que vier, quando vier.
Ainda na questão dos abusos, soubemos anteontem que a esmagadora maioria das denúncias que chegam ao Ministério Público continuam a ser arquivadas.
O Dicastério para a Doutrina da Fé publicou um documento sobre a dignidade humana. Chama-se Dignitas Infinita (Dignidade Infinita) e trata de uma grande variedade de temas. Não é propriamente um documento enorme, mas ainda assim eu li-o e apresento aqui um resumo com alguns pontos de análise, caso considerem útil.
Recentemente foi apresentado um livro sobre a família que, a julgar pelas reacções que tenho lido, é uma espécie de reedição do Mein Kampf. Eu recebi o livro ontem, e ainda não o comecei a ler, portanto não posso comentar o que aparentemente tem de tão incrivelmente polémico, mas espero fazê-lo em breve, e talvez até partilhe as minhas notas. Entretanto tenho reparado na assustadora tendência da esquerda progressista de catalogar como crime tudo aquilo com o qual não concorda. Escrevi sobre isso aqui, e tentei manter um tom bem-humorado, mas confesso que se isto pega o futuro não vai ser tão risonho.
Para a fundação AIS escrevi um artigo sobre os desafios pastorais colocados pela migração em massa para grandes cidades no Brasil. Estamos a falar de pessoas que se vivem no campo não têm acesso a educação ou saúde, mas quando se mudam para a cidade ficam expostos à extrema pobreza e outros males sociais. Preso por ter cachorro, preso por não ter.
O Parlamento Europeu vai debater a possibilidade de inscrever o aborto na carta dos direitos fundamentais da União Europeia. Para D. Nuno Brás, que representa os bispos portugueses na Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia, a seguir por este caminho a UE corre o risco de ser “uma união de mortos”.
Eu criei o Actualidade Religiosa precisamente com o objectivo de poder levar a mais gente este tipo de leitura analítica e comentada da realidade religiosa, especialmente onde ela se cruza com questões sociais, políticas e culturais. É um trabalho que me dá imenso gosto fazer, mas que me ocupa tempo e requer bastante atenção e dedicação. Se, enquanto leitor, acha que esse trabalho e dedicação tem algum valor e gostaria de o demonstrar através de um donativo, que me ajuda a manter o site e fazer face a outras despesas ligadas ao envio dos mails, etc., então pode fazê-lo aqui. Se não pode ajudar financeiramente, ou não quer, tudo bem, mas pelo menos lembre-se de mim nas suas orações, para que o meu trabalho seja útil e interessante. Obrigado!
Não deixem de ler o artigo desta semana do The Catholic Thing. David Warren escreve sobre a “clareza” iluminadora da Ressurreição. Afinal, ainda estamos bem no tempo pascal!