Estamos na Páscoa. E o tempo verbal é mesmo esse, presente, porque a Páscoa são agora sete semanas. Como todos sabemos, se é difícil manter o foco durante os 40 dias de Quaresma, é quase impossível lembrarmo-nos, ao longo destas semanas, da glória pascal do período que estamos a viver. Mas que isso não nos impeça de tentar!
O Papa Francisco teve uma Semana Santa atribulada, tendo faltado a alguns compromissos, poupando-se para poder pelo menos estar na vigília e presidir às celebrações de Domingo. Na sua tradicional bênção urbi et orbi o Papa pediu uma troca de prisioneiros “total” entre a Rússia e a Ucrânia e o cessar-fogo imediato para Gaza.
Logo nos dias seguintes a este apelo, Israel atacou uma comitiva de voluntários em Gaza, matando vários. O exército israelita já admitiu o erro. Eu já escrevi sobre a complexidade do conflito no Médio Oriente, e sei que as posições absolutas são perigosas. Mas perante o que se passou, temos de pensar que se Israel cometeu este erro com estrangeiros ao serviço de uma ONG, quantos palestinianos não terão sido mortos nas mesmas condições, por engano ou por descuido, sem que o admitam? Certo é que esta tragédia já ultrapassou todos os limites e é humanamente inaceitável. Que a nossa posição espelhe a deste abade beneditino da Terra Santa.
Entretanto, o meu texto sobre esta questão do Médio Oriente, escrito perto do início da guerra, foi traduzido e publicado no “World Mission”, a revista dos Combonianos da Ásia, como podem ver aqui, embora seja só para assinantes.
Está para sair dentro de dias um novo documento do Dicastério para a Doutrina da Fé. “Dignitatis infinita” deve tratar de vários assuntos, incluindo a questão da transsexualidade/transgénero. A este propósito escrevi um artigo em que junto aquilo que a Igreja já disse sobre este assunto nos últimos anos, e faço alguma previsão sobre o que o novo documento poderá conter. Obviamente, a caixa de comentários está aberta para contribuições construtivas.
No artigo desta semana do The Catholic Thing, Randall Smith analisa o episódio do centurião que, vendo Jesus a dar o seu último suspiro, confessa a sua divindade. Mas isto faz algum sentido? Quando todos sabemos que a única coisa que os deuses não podem fazer é morrer, porque é que é a morte de Cristo que leva o centurião romano a ter fé nele? É um artigo muito interessante, que consegue ainda encaixar referências a Kate Middelton e a Charlie Brown.
Termino com um apelo, como faço todos os anos, para que participem na Caminhada pela Vida, que acontece no sábado, dia 6, em diferentes cidades do país. Tem toda a informação aqui.