As eleições já passaram e embora os resultados definitivos ainda não estejam apurados, já sabemos que haverá uma maioria de direita na próxima Assembleia da República. Perante este cenário, o antigo bastonário da Ordem dos Médicos, e agora deputado, Miguel Guimarães, levanta a possibilidade de revogar a lei que legalizou a eutanásia. Recorde-se que embora legalizada, a Eutanásia nunca chegou a ser posta em prática em Portugal, por falta de regulamentação (pelo que se vê a verdadeira prioridade que era para a esquerda…) e agora surge ainda outro obstáculo, com a Provedoria da Justiça a pedir ao Tribunal Constitucional que se pronuncie sobre a lei.
A Eutanásia é importante, mas está longe de ser o único tema. Não me vou alongar aqui sobre outras dimensões destas eleições que mexem com questões religiosas ou éticas, mas recordo que os bispos apelaram à estabilidade política.
O Papa Francisco meteu-se numa embrulhada no fim-de-semana ao dizer, numa entrevista, que a Ucrânia devia ter a coragem de erguer a bandeira branca. Os ucranianos, como devem imaginar, não gostaram. Muitos outros também não. A Santa Sé entrou imediatamente em modo de controlo de danos e explicou que Francisco estava a falar de bandeira branca para negociar, e não em rendição.
A propósito da Ucrânia, está em Portugal um bispo da Igreja Greco-Católica da Ucrânia, Stepan Sus, que falou sobre como a Ucrânia está num combate contra o mal. Esta quinta-feira de manhã entrevistei o bispo e na próxima semana espero trazer-vos novidades dessa conversa.
Temos algumas mortes a lamentar nestes dias também. Hoje soubemos do trágico assassinato de três monges coptas num mosteiro na África do Sul, em circunstâncias ainda por apurar. E morreu também, de doença, o Patriarca Neófito da Igreja Ortodoxa da Bulgária. A eleição de um novo Patriarca será seguida com interesse no mundo ortodoxo – e não só. A Igreja Búlgara é tendencialmente próxima de Moscovo, mas Neófito tinha-se manifestado a favor da Ucrânia, condenando a invasão russa.
Agora, uma sugestão cultural para a Quaresma. Tive ontem o privilégio de assistir ao concerto “Banquete da Paixão”, de um grupo de músicos encabeçado por Luís Roquette. Há outro concerto na sexta, e depois outro na Ericeira, no dia 27. Leiam este texto para perceberem porque é que deviam ir.
E termino com o convite para lerem o artigo desta semana do The Catholic Thing, que explica como o Cristianismo se expandiu tanto, e tão depressa. Não foi por causa de grandes intervenções divinas milagrosas, mas por motivos muito mais “mundanos” e por isso muito mais simples de replicar no nosso tempo. Haja vontade!