A semana passada, já depois de ter enviado o mail semanal, soube-se que o Padre Frederico foi demitido do estado clerical. Mais de trinta anos depois de ter sido condenado por homicídio e abuso sexual. Neste artigo para o The Pillar, explico os contornos do caso, e porque razão demorou tanto tempo. Procurei também saber o que sabia o então bispo do Funchal, D. Teodoro Faria.
Entretanto o caso do (agora ex) padre Frederico já foi actualizado neste artigo onde tenho um apanhado de todos os casos conhecidos em Portugal nas últimas décadas.
Rute Agulhas, do Grupo Vita, diz que até agora 11 pessoas pediram indemnizações por abusos sofridos em contexto da Igreja Católica. Os bispos estão ainda a avaliar a proposta que o grupo fez. Aqui encontram a minha contribuição para esse debate.
Em 2023 dois padres foram raptados no Haiti. Ambos foram libertados. Desde Janeiro de 2024 até agora já houve 17 raptados de padres e religiosos. É um aumento brutal, que reflecte o clima de insegurança que se está a viver no país, cada vez mais um estado falhado. Um bispo entrevistado pela fundação Ajuda à Igreja que Sofre alerta mesmo para o perigo de uma guerra civil. Rezem pelo Haiti!
Mas não é só o Haiti. No fim-de-semana passado 12 pessoas foram assassinadas no Burkina Faso e quatro monges ortodoxos foram raptados e assassinados na Etiópia. Foi um fim-de-semana negro em termos de perseguição.
Amanhã é Dia Internacional da Mulher e a fundação Ajuda à Igreja que Sofre convida-o a conhecer as histórias de mulheres na Ucrânia que estão a participar no esforço de guerra, dando apoio, ajudando a combater traumas, ou simplesmente a tentar sobreviver.
Vamos para eleições este fim-de-semana. Há algumas semanas publiquei no site um manifesto de um grupo de cristãos comprometidos, que talvez valha a pena recordar. Não serei certamente o único a sentir que estamos no limiar de tempos difíceis. Fala-se de guerra na Europa, como não se falava há 70 anos. Em vários países cultiva-se um ambiente de medo, o que politicamente costuma traduzir-se em soluções parvas. No artigo desta semana do The Catholic Thing, Francis X. Maier recorda o exemplo de um homem bom que viveu tempos piores. Dietrich Bonhoeffer tornou-se a grande figura do movimento da Igreja Confessante, um grupo de homens e mulheres que rejeitavam a nazificação da Igreja alemã. Muitos católicos e evangélicos resistiram aos nazis. Muitos pagaram com a vida. Se vêm aí tempos difíceis, tenhamos todos a coragem de as enfrentar de pé, sem medos e sem depositar a nossa fé em soluções fáceis, mas perigosas, procurando sempre a solução verdadeiramente cristã para todos os problemas.