Nunca fiz segredo do facto de não concordar com a forma como o Pe. Mário Rui lidou com todo este processo que foi espoletado por uma denúncia contra ele na Comissão Independente. Uma das minhas críticas assenta na forma como ele pareceu querer arregimentar os seus amigos e apoiantes, no que me pareceu uma tentativa de os acicatar para criticarem todos os que estavam envolvidos no processo: a Comissão Indpendente, a Comissão Diocesana, a alegada vítima e até o Patriarca. Se não era esse o seu objectivo, foi isso que aconteceu.
No entanto, sempre mantive que era preciso respeitar a presunção de inocência e o processo. Agora que este foi arquivado, é normal e justo que o Pe. Mário Rui volte à actividade com registo limpo.
Recentemente, porém, a TVI optou por descrever o Pe. Mário Rui, numa peça jornalística, como “padre pedófilo”. Se é verdade que haverá sempre quem se “esteja cagando” para a presunção da inocência e para o processo judicial, tanto civil como canónico, também é verdade que os órgãos de informação são obrigados a certos padrões de qualidade e honestidade. A TVI falhou, e não é a primeira vez.
Andam a circular mensagens e emails a pedir que se denuncie esta falha da TVI à Entidade Reguladora da Comunicação (ERC). É natural que estas mensagens partam e circulem especialmente entre os mesmos que sempre defenderam o Pe. Mário Rui. Mas seria um erro pensar que esta é uma causa dos seus defensores e apoiantes. Esta é uma luta pelo rigor, pelo jornalismo de qualidade contra o jornalixo.
Por isso também eu vou aderir a este protesto e convido todos a fazê-lo, quer gostem do Pe. Mário Rui ou não, quer concordem com a forma como ele lidou com tudo isto ou não, e independentemente do que achem de tudo o que se tem passado nesta questão dos abusos e da comissão independente.
Para fazer queixa podem aceder ao site da ERC; aceitar os termos; preencher os dados pessoais e relativos à queixa – TVI, 18/06/2023, em “nome da peça” eu escrevi: “Oráculo de antevisão da peça ‘Padre Mário Rui volta a celebrar missa'”; preencher a descrição da queixa, (ver abaixo) e submeter. Se quiserem, podem incluir como anexo comprovativo a imagem que ilustra este post.
Na mensagens que eu recebi circulam duas minutas, nenhuma das quais me agrada a 100%, por isso deixo aqui uma alternativa, mas cada um pode escrever o que entender.
«No dia 18/06/2023, às 20:03h, a TVI cometeu um crime – crime grave – nos termos do artigo 180.º do Código Penal, cuja epígrafe é “Difamação”.
Em pleno horário nobre, no telejornal das 20:00h, o Sr. Padre Mário Rui foi ofendido de forma completamente injusta, na medida em que nunca foi condenado por qualquer crime, tendo apenas sido alvo de uma denúncia anónima – denúncia essa que foi arquivada por falta de fundamento.
Ao classificar o Pe. Mário Rui como “padre pedófilo” a TVI desrespeita o seu direito à presunção de inocência, uma vez que ele não foi condenado nem pela justiça civil, nem pela justiça canónica, de qualquer crime. É também um mau serviço jornalístico, uma vez que presta aos espectadores informação sem fundamento, induzindo-os em erro.»
Importa ainda dizer que esta quarta-feira o Patriarcado emitiu um comunicado em que também denuncia este caso de mau jornalismo por parte da TVI, e que pode ser lido aqui.